quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Os musgos


Dá-se a designação geral de briófitos a um grande grupo de pequenas plantas (hepáticas, musgos e antocerotas) que, pelas suas características e estratégias de sobrevivência, muito contribuem para o equilíbrio da Biosfera. Consideradas plantas pioneiras ou colonizadoras iniciais do meio terrestre, a diversidade de estratégias de sobrevivência fez deste grupo um dos mais bem adaptados à vida terrestre.





Assim, estas plantas apresentam adaptações morfológicas e fisiológicas que lhes permitiram ultrapassar as condições de dessecação impostas pelo habitat terrestre.

Os registos fósseis dos briófitos são poucos e fragmentados, tornando difícil a sua localização nas eras geológicas.
Caracterizam-se, contrariamente às restantes plantas terrestres, pela dominância do período da vida em que produzem gâmetas (fase gametófita-haplóide) relativamente ao período em que produzem esporos (fase esporófita-diplóide). Por outro lado, o esporófito (planta produtora de esporos) não chega a ter vida livre, forma-se no gametófito (planta produtora de gâmetas) e a ele fica ligado durante toda a sua existência.

Contrariamente às plantas ditas vasculares, os briófitos não apresentam tecidos condutores (xilema e floema).

Contudo, em alguns géneros como Polytrichum, existem células especializadas na condução, tanto de água - hidróides, como de compostos orgânicos - leptóides. O estudo destas células pode dar impor­tantes indicações sobre os percursores do floema e do xilema.

A inexistência de um sistema condutor bem diferenciado e eficiente leva a que neste grupo de plantas não existam verdadeiras raízes caules e folhas, mas sim rizóides, caulóides e filídeos.
A cutícula, camada impermeável que reveste as células da epiderme, comum às folhas e caules das plantas vasculares, é referida por alguns autores como existindo também em alguns briófitos, mas, devido à dificuldade na sua remoção, sabe-se pouco sobre a bioquímica e evolução desta camada.
Os gâmetas dos briófitos estão envolvidos por estruturas protectoras pluricelulares formadas por células estéreis: o arquegónio, onde por divisão mitótica se forma a oosfera; e o anterídio, onde se formam os anterozóides móveis que irão fertilizar a oosfera (os anterozóides são flagelados à semelhança do que existe nas algas).

A fertilização ocorre no interior do arquegónio. O embrião daí resultante é "alimentado" e protegido pela planta mãe. Do crescimento do embrião resulta o esporófito.
Contrariamente à maior parte das plantas vasculares, que são homeohídricas (hidratação constante), os briófitos são organismos poiquilohídricos (hidratação variável totalmente dependente do meio ambiente).
As homeohídricas têm células com um único e grande vacúolo que ocupa quase todo o volume celular. As poiquilohídricas têm células com muitos e pequenos vacúolos que lhes possibilitam rápida hidratação.
Hepáticas, musgos e antocerotas apresentam características muito semelhantes, nomeadamente no seu ciclo de vida, no entanto, as diferenças morfológicas apresentadas por estes três grupos, quer ao nível do gametófito, quer do esporófito, levaram os autores a considera-los como três filos distintos, tendo provavelmente evoluído independentemente uns dos outros.
Assim, os briófitos estão subdivididos em três phyla (plural de phylum = filo): Hepatophyta (hepá­ticas), Bryophyta (musgos), Anthocerophyta (antocerotas).
Fonte : Botânica - A passagem à Vida Terrestre. Lidel

Ciclo de Vida
Clique na imagem para ampliar (Vida - A Ciência da Biologia. Artmed)

 

Bodelha, uma alga comum nas nossas praias

A bodelha é uma alga castanha perten­cente ao género Fucus — filo Feófitas —que vive em água salgada e se encontra em abundância ao longo das costas rocho­sas da Europa, Ásia e América do Norte, formando maciços muito escorregadios.

A bodelha fixa-se aos rochedos por um disco de fixação, a que está ligada a por­ção do talo dividida dicotomicamente. Esta porção, em forma de faixas achatadas, é vis­cosa, apresentando uma nervura média bem visível, sem vasos condutores. Podemnotar-se pequenas bolsas, cheias de ar, que funcionam como flutuadores, mantendo o talo levantado quando submerso. Um pe­queno fragmento de bodelha, observado ao microscópio, mostra-se constituído por finas células densamente entrecruzadas.


Reprodução sexuada

Na época da reprodução aparecem na extremidades do talo umas dilatações rugosas denominadas receptáculos.  

Nestes receptáculos encontram-se cavidades  especiais, denominadas conceptáculo, que resultam da divisão de uma célula superficial do receptáculo que origina uma camada fértil que limita uma cavidade. O conceptáculo ma­duro  é  globoso  e  tem  uma  abertura - ostíolo.
As células da camada fértil origi­nam gametângios masculinos e gametângios femininos, no mesmo conceptáculo ou em conceptáculos distintos, conforme a es­pécie, e filamentos estéreis, denominados paráfises.


O gametângio feminino, uni­celular, denomina-se oogónio. O seu núcleo inicial sofre uma meiose e os quatro núcleos resultantes por mitose originam oito nú­cleos. O citoplasma divide-se e cada por­ção rodeia um núcleo, originando-se, assim, oito oosferas, haplóides e uninucleadas.

O gametângio masculino denomina-se anterídio. O seu núcleo primi­tivo sofre uma meiose e os quatro núcleos resultantes sofrem divisões mitóticas suces­sivas até se formarem 64 núcleos. O citoplasma divide-se, e cada porção ro­deia um núcleo, formando-se assim 64 anterozóides haplóides, que são biflagelados.

A união dos gâmetas — oosferas e anterozóides — é externa, sendo a sua expulsão dos conceptáculos feita através do ostíolo, quando a bodelha está submersa.
Os anterozóides, arrastados pela água do mar, nadam até serem atraídos pelas oos­feras, que rodeiam imprimindo-lhes com os seus flagelos um rápido movimento de rotação. Geralmente, só um anterozóide penetra na oosfera. Desta fecundação resul­ta um ovo ou zigoto, diplóide, que, envolvido por uma membrana gelatinosa, se fixa a qualquer suporte no local onde se tenha depositado. Da segmentação do ovo ou zigoto resulta uma nova bodelha.

Na fecundação verifica-se heterogamia não só fisiológica mas também morfológica, pois os gâmetas são diferentes. Tal facto representa, em relação à isogamia, um passo evolutivo. Verifica-se em todas as plantas de organização superior. Apresenta alternância de fases nuclea­res; a haplófase está reduzida aos gâmetas e a diplófase é constituída pelas outras entidades, que são diplóides — ser diplonte.
Segundo alguns autores (por ex., Strasburger), também a alternância de gerações deve ser considerada na bodelha: a geração esporófita corresponde ao indivíduo adul­to; a geração gametófita está representada pelas células que resultam directamente da divisão do oogónio e do anterí­dio, que deverão ser consideradas esporos, e por todas as que resultam da divisão des­tas até aos gâmetas, inclusive.
Assim, o oogónio e os anterídios funcionariam, pri­meiro, como esporângios e, na fase final, como gametângios.

A reprodução sexuada da bodelha é semelhante à dos organismos animais, sendo o indivíduo adulto diplóide e só os gâmetas haplóides.

Ciclo de Vida Completo (clique para ampliar)

Ciclos de Vida

Uma das características inerentes aos seres vivos é a sua capacidade de reprodução.
Os seres vivos com reprodução sexuada passam por processos específicos.
O conjunto de etapas por que passa um indivíduo desde a sua formação até à concepção de outro organismo semelhante a si denomina-se ciclo de vida.

O que há de comum em todos os ciclos de vida?

Os ciclos de vida de todos os seres vivos apresentam aspectos comuns, nomeadamente:
  • a ocorrência de meiose, que permite, em determinado momento do ciclo, formar células haplóides (n), contribuindo para a diversidade da espécie;
  • a ocorrência de fecundação, que corresponde à fusão de gâmetas, repondo a diploidia no ciclo celular e contribui também para a variabilidade da espécie;
  • a presença de células sexuais, células especializadas que são sempre haplóides, podendo ser gâmetas (comuns a todos os ciclos) ou esporos (presentes apenas em alguns ciclos);
  • a presença de ovo ou zigoto, célula inicial de todos os seres vivos quando recorrem à reprodução sexuada, que é sempre diplóide;
  • a alternância de fases nucleares (apesar de estas poderem ter durações variadas), existe em todos os ciclos uma fase haplóide (que, no mínimo, se resume aos gâmetas) e uma fase diplóide (que, no mínimo, é representada pelo zigoto); a passagem da fase haplóide. para a fase diplóide é da responsabilidade da fecundação, enquanto a passagem da fase diplóide para a fase haplóide se deve à meiose.

A principal diferença entre os ciclos de vida está relacionada com o momento em que ocorre a meiose. Esta pode dar-se em três momentos diferentes, o que tem implicações na caracterização do ciclo. Assim sendo, podemos considerar:
  • Meiose pré-gamética — a meiose ocorre para que se dê a formação dos gâmetas. Como antecedem a fecundação, estas células são, nestes casos, as únicas entidades haplóides. O ciclo designa-se por diplonte. Exemplos de seres vivos onde ocorre este tipo de ciclo são os animais e algumas algas.
  • Meiose pós-zigótica — a meiose ocorre logo após a formação do zigoto. Assim sendo, o zigoto é a única estrutura diplóide do ciclo, que, por isso, se designa por haplonte. Indivíduos com este tipo de ciclo são, por exemplo, algumas algas e fungos.
  • Meiose pré-espórica — a meiose ocorre para que se dê formação dos esporos. Acontece só em indivíduos que apresentem dois tipos de células sexuais (gâmetas e esporos). Nestes seres existe uma geração produtora de esporos (geração esporófita ou esporófito) e uma geração produtora de gâmetas (geração gametófita ou gametófito). A geração esporófita inicia-se com o ovo ou zigoto e termina com a meiose, que leva à produção de esporos; assim, todas as células das estruturas desta geração são diplóides, existindo correspondência entre a geração esporófita e a fase diplóide. A geração gametófita inicia-se com os esporos e termina com a fecundação. Todas as células das estruturas desta geração são haplóides, sendo possível estabelecer uma correspondência entre a geração gametófita e a fase haplóide. Os ciclos de vida destes indivíduos designam-se por haplodiplontes.~
Fonte : Santillana, 11º ano Biologia

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Axolotl - Salamandra Mexicana

Polinização, nem sempre mutualista

Muitas plantas dependem de animais para transportar o seu pólen e fornecem a eles recompensas ricas em nutrientes.
As plantas se beneficiam ao terem pólen transferido para outras plantas e ao receberem pólen para fertilizar os seus óvulos. Os animais beneficiam pela obtenção de alimento na forma de néctar e pólen. O movimento para outra planta da mesma espécie é encorajado pela quantidade limitada de néctar em todas as plantas e pela existência de recompensas semelhantes em outras da mesma espécie. Contudo, esse arranjo tem um preço para a planta: a energia e os materiais que ela usa para produzir néctar e outras recompensas não podem ser utilizados para o crescimento ou a reprodução.
Interacções entre plantas e seus polinizadores e dispersores de sementes são certamente, mas não somente, mutualísticas. Muitos dispersores de sementes também são predadores de sementes que destroem algumas que removem das plantas. Alguns animais que visitam flores fazem buracos nas pétalas para alcançar o néctar sem transferir qualquer pólen. Por outro lado, algumas plantas exploram os seus polinizadores. As flores de algumas orquídeas, por exemplo, mimetizam fêmeas de insectos, seduzindo os machos a copular com elas. Esses insectos machos não produzem qualquer descendente nem obtêm qualquer recompensa, mas transferem pólen entre as flores, beneficiando a orquídea.

Mutualismos animal-planta são importantes para a polinização
(A) Um morcego do género Brachyphylla obtém néctar de uma orquídea na índia Ocidental. Geralmente, algum pólen amarelo se adere sobre a boca e a cabeça do morcego e é, então, espalhado para outras flores.
(B) Por outro lado, a polinização da orquídea Ophrys scolopax não se qualifica como mutualismo. O macho da abelha Eucera longicornis é persuadido, pelo cheiro e aparência da flor, a uma tentativa de cópula. A orquídea será polinizada, mas a abelha não receberá nenhuma recompensa e desperdiçará valiosa energia.

Fonte : Vida - Ciência da Biologia. Artmed

Porque razão são removidos os intrões?

Um gene pode dar origem a diferentes fragmentos de RNAm e por consequência originar diferentes proteínas.
"O RNA contém as informações para as proteínas que devem ser sintetizadas".

Uma questão de detalhe. No manual da Porto Editora, a remoção dos intrões tem a seguinte explicação:
(...) Nos eucariontes cada gene no DNA contém sequências de nucleótidos que não codificam informação, chamados intrões, intercalados com sequências que codificam, designadas exões. A transcrição de um segmento de DNA forma um RNA pré-mensageiro.
No processamento deste RNA, por acção de enzimas, são retirados os intrões, havendo, posteriormente, a união dos exões. Estas transformações conduzem à for­mação de RNA mensageiro [mRNA] maturo, que, posteriormente, migra do núcleo para o citoplasma, fixando-se nos ribossomas. Página 30, Manual de Biologia. 

De forma mais correcta encontramos no Manual de Biologia da Santillana:

(...) Nos seres eucariontes, a regulação da expressão dos genes pode ocorrer durante várias fases:
Transcrição dos genes. As células diferenciadas transcre­vem apenas alguns dos muitos genes que possuem. Este facto está relacionado com o próprio processo de compactação do DNA, que dificulta o acesso à transcrição de certos genes, e com a presença de proteínas específicas — factores de transcrição que determinam quais são os genes a serem expressos em cada célula.

Processamento do mRNA.

O resultado da transcrição de um gene é um mRNA imaturo constituído por intrões e exões. Durante o processamento, são extraídos os intrões e ligados os exões. O mRNA maturo dará origem a um polipéptido diferente do que resultaria da forma imatura do mesmo RNA.
Podem mesmo formar-se diferentes mRNA a partir de um mesmo mRNA transcrito.




1º Teste de Avaliação

Teste de Avaliação e Correcção (LINK)