sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O tomate é uma boa baga!

Há um ano atrás publiquei num outro blogue este post. Por ter um conteúdo interessante e importante para os alunos de 11º ano, volto a publicar aqui.

Não resisti em publicar um post com base num e-mail que recebi de quem adora a botânica quanto eu gosto de fontes hidrotermais, isto é,  muito. Alterei um pouco o mail mas mantive o esqueleto, porque este mail tem tudo para um post.

"O tomate é uma boa baga, até porque mentes brilhantes farão logo associações interessantes à dita  fruta. A maçã também é uma baga ainda mais interessante porque, tal como a pêra e o marmelo são pseudofrutos. Porquê?

Porque durante o processo de frutificação é o receptáculo que acumula substâncias de reserva e verdadeiramente o que comemos é um receptáculo e não as paredes do ovário. A parede do ovário está resumida ao que as pessoas chamam erradamente o caroço da maçã.
Tal como o morango, também comemos o receptáculo (vermelhinho e gostoso). Este é também um pseudofruto, mas um fruto múltiplo porque deriva de vários carpelos. Cada estrutura castanha (ou verde) é um fruto seco, com uma única semente muito pequena chamado aquénio.
Interessante, não é?
E na laranja o que contém o sumo e comemos são pêlos do endocarpo. Desfaz um gomo e logo verás os pêlos suculentos. Também é uma baga: fruto simples, carnudo com várias sementes.Na romã, a parte vermelhinha suculenta é o tegumento externo da semente. Mais uma baga.
O figo e o ananás são infrutescências – derivadas de inflorescências.
O figo externamente é um receptáculo que envolveu várias flores e portanto contém vários frutos (também secos com uma semente cada - aquénios). No ananás juntaram-se muitas flores e o no centro inclui o pedúnculo. Externamente ainda se vê o resto de estames das inúmeras flores. Aqui até as brácteas das flores comemos.

No S. Martinho imperam os aquénios. A castanha é um aquénio. Comemos a semente. A parede do ovário é seca (castanha).Mas a noz que partimos é o caroço da semente. Também só comemos a semente. A parede do ovário é verde (lembra-te do fruto na árvore), fibrosa e apesar de pouco suculenta é considerada um fruto carnudo. Como só tem uma semente chama-se uma drupa. São drupas o pêssego, a ameixa, o coco, a cereja, etc. (frutos de caroço).
Quero mais mails destes. Não concordam?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Diversidade de estratégias na reprodução sexuada

A variabilidade genética dos indivíduos de uma população contribui para o seu sucesso evolutivo, uma vez que, num ambiente em mudança, pelo menos alguns dos membros da população estarão aptos a sobreviver.
As fontes de variabilidade genética das populações são a reprodução sexuada e as mutações. A reprodução sexuada combina, de múltiplas formas, referidas na página anterior, os genes existentes na população. As mutações criam novos genes (mutação génica) ou novos cromossomas (mutação cromossómica).
Claramente vantajosa num ambiente em mudança, a reprodução sexuada verifica-se na maioria dos animais e das plantas. É também comum a alternância entre a reprodução assexuada e a reprodução sexuada em muitas espécies. Seres vivos que geralmente se reproduzem assexuadamente, ocasionalmente reproduzem-se sexuadamente, criando novas combinações de genes, como é o caso, por exemplo, do plasmódio, parasita responsável pela malária.
A reprodução sexuada implica a formação de gâmetas, a qual ocorre em estruturas especializadas - as gónadas ou os gametângios.
As gónadas são os órgãos produtores de gâmetas nos animais. As gónadas femininas são os ovários e as gónadas masculinas são os testículos. Nos ová­rios e testículos são produzidos, respectivamente, os gâmetas femininos, ou óvulos, e os gâmetas masculinos, ou espermatozóides. Os gâmetas dos ani­mais são haplóides e formam-se por meiose. O gâmeta feminino é relativa­mente grande e imóvel, ao contrário do gâmeta masculino, bastante mais pequeno e móvel.

Em certas plantas, os gâmetas são produzidos em gametângios. O gametângio feminino chama-se arquegónio e o gametângio masculino chama-se anterídio. O arquegónio é um órgão em forma de vaso que produz uma única oosfera e o anterídio produz numerosos gâmetas masculinos, os anterozóides, que são libertados para o meio ambiente, quando se encontram maduros. Os anterozóides são células móveis que se deslocam em ambiente húmido até à oosfera, a qual é fecundada dentro do arquegónio, iniciando-se o desenvolvi­mento do zigoto.
Muitas plantas, e alguns animais, são hermafroditas, isto é, possuem simul­taneamente os sistemas reprodutores feminino e masculino, pelo que produ­zem os dois tipos de gâmetas. A autofecundação é vantajosa em organismos imóveis ou em parasitas que têm dificuldade em encontrar um parceiro do sexo oposto. No entanto, alguns organismos hermafroditas não são capazes de se autofecundar, pelo que recorrem à fecundação cruzada em que cada orga­nismo funciona, simultaneamente, como macho e fêmea, dando e recebendo gâmetas masculinos. Produz-se, assim, o dobro da descendência, com maior variabilidade. A fecundação cruzada ocorre em muitas plantas e em alguns ani­mais, como as minhocas e os caracóis.