terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Ciclo sexual em basidiomicetos
Durante o ciclo de vida da maioria das espécies do filo Basidiomycota, o micélio passa por duas fases distintas: uma em que as hifas são monocarióticas e outra constituída por hifas dicarióticas. A germinação de um esporo origina hifas constituídas por células dotadas de um único núcleo (monocarióticas), as quais constituem o micélio primário.
O processo sexuado tem início com o encontro de dois micélios sexualmente compatíveis. Ao entrarem em contato, as hifas + e as hifas - se fundem (plasmogamia), originando hifas dicarióticas. Estas são constituídas por células com dois núcleos, cada um deles descendente de um núcleo de um dos micélios que se fundiram. Ao se dividirem, as células fornecem um exemplar de cada um de seus núcleos a suas células-filhas, de modo que a condição dicariótica se mantém nas novas hifas formadas. O novo micélio constituído por hifas dicarióticas, micélio secundário, cresce e desenvolve-se, às vezes durante anos, antes que ocorra a fusão dos núcleos (cariogamia) e a formação de basidiósporos. Os micélios secundários dicarióticos constituem a fase predominante no ciclo de vida dos basidiomicetos.
Em determinada fase do ciclo, a célula terminal de certas hifas adquire a forma de uma clava e passa a ser denominada basídio. Os dois núcleos do basídio fundem-se (cariogamia), originando um núcleo diplóide que, imediatamente, se divide por meiose e produz quatro núcleos haplóides. Enquanto a meiose ocorre, formam-se na superfície do basídio quatro protuberâncias em forma de dedos. Cada um dos núcleos haplóides gerados na meiose migra para o interior de uma dessas protuberâncias, a qual se isola do resto do basídio e desenvolve uma parede grossa e resistente, transformando-se em um basidiósporo. Os basidiósporos maduros desprendem-se do basídio e dispersam-se pelo ar. Ao encontrar condições favoráveis, o basidiósporo germina e origina um novo micélio primário, que repetirá o ciclo.
Nos basidiomicetos, apenas as espécies da classe Basidiomycetes formam corpos de frutificação. Nas espécies das outras duas classes do filo - Teliomycetes e Ustomycetes - os basídios ficam agrupados sobre o micélio secundário, formando estruturas denominadas soros.
A formação dos corpos de frutificação dos basidiomicetos requer luz e taxas relativamente baixas de dióxido de carbono (CO2), condições indicativas de que o micélio está próximo da superfície do substrato. Nessas condições formam-se hifas especiais, que crescem como uma estrutura compacta que emerge do substrato. Essas hifas constituem o chamado micélio terciário, que se organiza de maneira compacta, formando estruturas altamente elaboradas, de formas e cores variadas; são os corpos de frutificação, denominados basidiocarpos (cogumelos). Os basídios formam-se na superfície das lamelas localizadas na parte inferior do chapéu dos cogumelos.
Muitos fungos produzem substâncias denominadas ciclopéptidos, capazes de inibir a síntese de mRNA nas células musculares do miocárdio, Basta a ingestão de um único corpo de frutificação (cogumelo) do basidiomiceto Amanita phalloides, por exemplo, para causar a morte de uma pessoa. Este cogumelo apresenta semelhanças morfológicas com espécies de cogumelos comestíveis. Explique por que razão é muito frequente a morte de pessoas por ingestão acidental de cogumelos da espécie Amanita phalloides.
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