quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cnidários

Na maioria dos Cnidários, os ciclos de vida apresentam alternância de gerações assexuadas polipóides e sexuadas medusóides, fenómeno também chamado de metagénese.

As medusas-machos libertam os seus espermatozóides na água, e as medusas-fêmeas, dependendo das espécies, podem libertar os óvulos na água, ou retê-los no interior do corpo, onde são fecundados. 
O zigoto desenvolve-se numa larva ciliada de corpo achatado, a plânula.
Depois de nadar livremente durante algumas horas ou dias, a plânula fixa-se num objecto submerso, perde os cílios e transforma-se num pólipo. Este desenvolve-se e origina, assexuadamente novas medusas, fechando o ciclo.
No ciclo de vida assexuado, os pólipos reprodzem-se assexuadamente, por um processo denominado estrobilização, que leva à forma de medusa.  
Estrobilização - o corpo do pólipo sofre uma série de divisões transversais, formando pequenas estruturas medusóides, que se libertam e nadam. Essas pequenas medusas são chamadas de Éfiras; são formar larvais que crescerão e atingirão a maturidade, diferenciando-se em machos e fêmeas. 

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

As Esponjas

Reprodução nos Poríferos
As esponjas apresentam grande capacidade de regeneração: um simples pedaço do animal pode regenerar uma esponja completa.
Esta capacidade deve-se aos amebócitos, células totipotentes capazes de multiplicar-se e de originar todos os tipos de célula, reconstituindo as partes perdidas.
A maioria das esponjas apresenta reprodução assexuada por gemulação. Este processo consiste na formação de expansões do corpo, os gomos, que crescem e mais tarde se separam do organismo progenitor, passando a constituir novos indivíduos.
Em muitas espécies ocorre gemulação sem posterior separação dos gomos, formando-se, assim, colónias.


Reprodução sexuada

As esponjas apresentam reprodução sexuada. A maioria das espécies é monóica ou hermafrodita (o mesmo indivíduo ou colónia forma gâmetas de ambos os sexos), mas também há espécies dióicas, com ambos os indivíduos produtores de óvulos (fêmeas) e indivíduos produtores de espermatozóides (machos).  
Em certas espécies, tanto os óvulos quanto os espermatozóides formam-se a partir de amebócitos.
Na maioria dos poríferos, espermatozóides que entram no corpo da esponja-fêmea fundem-se a coanócitos, que se transformam em amebócitos e se deslocam pela mesogleia até ao óvulo. Um amebócito transfere ao óvulo o núcleo do espermatozóide, fecundando-o. Na maioria das esponjas, portanto, ocorre fecundação interna.
O desenvolvimento do zigoto ocorre na mesogleia (meso-hilo) e origina uma blástula. Esta desenvolve células flageladas e liberta-se da esponja-mãe, nandando para fora através do ósculo.

Clique na imagem para aumentar (Fonte: Amabis e Martho)

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Enganar os atacadores

Miguel Godinho Ferreira, investigador do Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), é o primeiro a vencer o Prémio Simbiontes pelo seu trabalho de investigação na área da oncobiologia. O financiamento, no valor de dez mil euros, é para desenvolver um projecto que incide no estudo das alterações celulares que estão na base do desenvolvimento de cancro em adultos.

Segundo o cientista asseverou ao «Ciência Hoje» (CH), “o maior factor de risco para o cancro é a idade”, já que, de todas as doenças oncológicas, “mais de 80 por cento aparecem em pessoas acima dos 50 anos”. O destaque vem no seguimento do estudo já publicado na «Nature» sobre o nível de cromatina em telómeros funcionais.
Os resultados na área da Biologia do Cancro, da equipa liderada por Miguel Godinho Ferreira, poderão contribuir de forma significativa para a compreensão e combate das doenças cancerígenas. A descoberta explica que “na ponta dos nossos cromossomas existem umas estruturas protectoras, os telómeros, que se vão desgastando à medida que envelhecemos e que constituem um relógio molecular que indica a idade das nossas células, tal como acontece com o plástico protector na extremidade dos atacadores”, refere como analogia.
Ou seja, “o desgaste contínuo dos telómeros, ao longo da vida – que se deve ao facto de a enzima responsável pela síntese dos telómeros, a telomerase, deixar de ser produzida nas células humanas, assim que nascemos –, deixará as células sem a capa protectora” e por isso mais vulnerável. “O tamanho dos telómeros vai encurtando com o crescimento, desde que nascemos e quanto maior o número de divisões celulares, maior será o desgaste continuado”, referiu ainda em declarações ao CH.

Agora o objectivo da equipa de Miguel Godinho Ferreira é “compreender os sinais que as células jovens apresentam e que as distinguem das envelhecidas para, no futuro, poder travar o aparecimento do cancro”.
O investigador acrescenta que o objectivo do projecto é agora tentar “manipular a enzima para que as células de organismos mais velhos ‘pensem’ que são novas e induzir a protecção dos telómeros, de forma controlada e não continuada”.

A aplicação será feita recorrendo a organismos modelo – no caso do cancro e da biologia do envelhecimento usarão o peixe-zebra e para estudo na área da biologia molecular, utilizarão leveduras –, para posteriormente o estender a células humanas e, no futuro, ser possível a sua aplicação médica.

O trabalho de Miguel Godinho Ferreira foi seleccionado entre 26, submetidos a concurso público, após avaliação por um painel internacional, constituído por cientistas especialistas na área da oncobiologia. A cerimónia de entrega do Prémio Simbiontes decorrerá amanhã, pelas 17h, na sede da Sociedade das Ciências Médicas.
Notícia : Ciência Hoje

O direito à diferença

O que significa ser diferente?


Você e a pessoa mais próxima são bem diferentes - certamente vocês diferem mais do que as bactérias. Contudo, vocês os dois pertencem à mesma espécie, enquanto duas "bactérias" podem ser classificadas em domínios totalmente distintos.
Ainda assim, você - no domínio Eukarya - e aquelas dois seres procariontes dos domínios Bacteria e Archaea possuem muito em comum. Vocês os três:
  • realizam glicólise.
  • replicam o DNA de forma semiconservativa.
  • possuem DNA que codifica cadeias polipeptídicas
  • produzem essas cadeias polipeptídicas por transcrição e tradução utilizando o mesmo código genético
  • possuem membranas plasmáticas e ribossomas em abundância
Apesar destas características comuns entre os domínios da vida, existem também diferenças importantes.
"Domínio" constitui um termo subjectivo utilizado para os maiores grupos da vida. Não há definição objectiva de um domínio, mais do que um reino ou família.

Texto adaptado de Vida, A ciência da Biologia. Artmed.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sistemas de Classificação

"Os sistemas de classificação não são arquivos apresentados objectivamente pela Natureza. São teorias dinâmicas desenvolvidas por nós para expressar pontos de visto particulares acerca da história dos seres vivos. A evolução produziu um conjunto de espécies ordenadas segundo diferentes graus de relações genealógicas. A taxonomia, procurando essa ordem, é a ciência fundamental da história natural."
 Stephen Gould,1987


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Preparação dos testes de Biologia

Resolução de Fichas de Trabalho e Questões de aula (link)

Multicelularidade

Após a formação dos seres eucarióticos, a vida na Terra apresentava uma grande diversidade. Os eucariontes reuniam diversas capacidades na mesma célula e competiam entre si pelo ali­mento e pelo espaço. A crescente competição levaria ao aparecimento de uma nova classe de seres vivos - os organismos multicelulares. De facto, a associação entre alguns seres unice­lulares poderá ter sido vantajosa neste ambiente de competição. Os organismos multicelula­res terão surgido na Terra há cerca de 1500 M.a. e, actualmente, dominam o mundo biológico.

Os seres multicelulares dominam, na actualidade, o mundo biológico, pois têm vantagens sobre os indivíduos unicelulares. Um ser multicelular, ser vivo constituído por várias células interdependentes, possui algumas vantagens evolutivas, já que possuem maiores dimensões, mantendo-se, contudo, uma relação área/volume das células ideal para a realização de trocas com o meio. Possuem, ainda, maior diversidade de formas, proporcionando uma maior adaptação a diferentes ambientes. A existência de uma especialização celular permitiu uma utilização da energia de forma mais eficaz, por causa da diminuição da taxa metabólica. Devido à interdependência dos vários sistemas de órgãos e ao consequente equilíbrio dinâmico do meio interno, foi possível uma maior independência em relação ao meio ambiente.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Embriologia e Bioquímica

Argumentos Paleontológicos

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Evolução - Argumentos Anatómicos

Evolução das Plantas

Aspectos comparativos entre os ciclos de vida de diferentes plantas - perspectiva evolutiva
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As plantas provavelmente evoluíram a partir das Clorófitas (algas verdes), pois plan­tas e Clorófitas possuem reservas de amido, parede celular de composição celulósica e os seus pigmentos fotossintéticos são os carotenóides, a clorofila a e a clorofila b.

As primeiras plantas, logicamente muito simples, dependiam muito da água, tendo a sua evolução passado por uma perda da necessidade de água, o que as obrigou a adqui­rir mecanismos que lhes evitassem a perda de água e lhes aumentassem a capacidade de reserva em água, para assim sobreviverem em meio terrestre. A aquisição destas características não resultou de um processo tipo lamarckista, mas antes de um processo de selecção à variabilidade genética expressa nos fenótipos destas plantas.

Do ponto de vista evolutivo, as Briófitas (plantas avasculares) surgiram primeiro dando posteriormente lugar às Traqueófitas (plantas vasculares). A aquisição dos vasos condutores imprimiu desde logo uma maior independência das Traqueófitas relativa­mente à água. A presença destes vasos não só lhes permitiu absorver e transportar mais água e sais minerais, como lhes permitiu fazer a sua reserva podendo, deste modo, aumentar mais as suas dimensões, pois a taxa fotossintética aumentou e por isso aumen­taram também os valores energéticos disponíveis. As Briófitas, devido à ausência de , vasos vasculares, são plantas de reduzidas dimensões em relação à maioria das Traqueó­fitas.

As plantas Traqueófitas continuaram a sofrer um processo evolutivo.
As Filicíneas são Traqueófitas que se disseminam apenas por esporos. Sendo vasculares são mais evoluí­das que as Briófitas; no entanto, a ausência de uma semente torna-as menos evoluídas que uma Gimnospérmica. Este facto também pode ser analisado através das suas gera­ções esporófita e gametófita.
As plantas, porque possuem meiose pré-espórica, possuem alternância de gerações, logo uma geração esporófita, diplóide, pois resulta da transformação de um ovo em esporos. A geração gametófita, como corresponde à transformação de esporos em gâmetas, coincide com a haploidia. Significa isto que quanto mais evoluída for a planta mais desenvolvida é a geração esporófita, logo a diplofase, o que leva à existência de um maior número de cromossomas, logo uma maior variabilidade genética e uma maior capacidade de adaptação ao meio. 
A Filicínea, mais evoluída, já possui uma geração esporófita mais desenvolvida que a gera­ção gametófita, sendo o esporófito e o gametófito nutricionalmente independentes. A Angiospérmica inverte a situação da Briófita, pois a geração esporófita é dominante em relação a uma reduzida geração gametófita, sendo o gametófito parasita do esporófito.
As Gimnospérmicas introduzem a novidade das sementes, no entanto, devido à ausência de flor, estas sementes são nuas e desprotegidas de um pericarpo. A presença de uma semente permite ao embrião aguardar melhores condições de sobrevivência, mantendo-se em latência, e as reservas permitem a sua nutrição durante o desenvolvimento embrionário. É com as Gimnospérmicas que surge o tubo polínico e a fecundação inde­pendente da água.


Com as Angiospérmicas surge a flor, e por isso a polinização entomófila, que, ao per­mitir cruzar diferentes plantas, aumenta a sua variabilidade genética. A semente passa a estar encerrada num pericarpo, pois o óvulo que lhe deu origem está protegido por um ovário, parte constituinte do carpelo. A presença de um pericarpo atrai os animais e assim aumenta a área de dispersão destas sementes, logo destas plantas.




As plantas apresentam alternância de gerações (Gametófita/Esporófita)


Fonte do Texto : Adaptado de Guias de Estudo - Biologia 12 (2º Volume). Porto Editora