A bodelha é uma alga castanha pertencente ao género Fucus — filo Feófitas —que vive em água salgada e se encontra em abundância ao longo das costas rochosas da Europa, Ásia e América do Norte, formando maciços muito escorregadios.
A bodelha fixa-se aos rochedos por um disco de fixação, a que está ligada a porção do talo dividida dicotomicamente. Esta porção, em forma de faixas achatadas, é viscosa, apresentando uma nervura média bem visível, sem vasos condutores. Podemnotar-se pequenas bolsas, cheias de ar, que funcionam como flutuadores, mantendo o talo levantado quando submerso. Um pequeno fragmento de bodelha, observado ao microscópio, mostra-se constituído por finas células densamente entrecruzadas.
Reprodução sexuada
Na época da reprodução aparecem na extremidades do talo umas dilatações rugosas denominadas receptáculos.
Nestes receptáculos encontram-se cavidades especiais, denominadas conceptáculo, que resultam da divisão de uma célula superficial do receptáculo que origina uma camada fértil que limita uma cavidade. O conceptáculo maduro é globoso e tem uma abertura - ostíolo.
As células da camada fértil originam gametângios masculinos e gametângios femininos, no mesmo conceptáculo ou em conceptáculos distintos, conforme a espécie, e filamentos estéreis, denominados paráfises.
O gametângio feminino, unicelular, denomina-se oogónio. O seu núcleo inicial sofre uma meiose e os quatro núcleos resultantes por mitose originam oito núcleos. O citoplasma divide-se e cada porção rodeia um núcleo, originando-se, assim, oito oosferas, haplóides e uninucleadas.
O gametângio masculino denomina-se anterídio. O seu núcleo primitivo sofre uma meiose e os quatro núcleos resultantes sofrem divisões mitóticas sucessivas até se formarem 64 núcleos. O citoplasma divide-se, e cada porção rodeia um núcleo, formando-se assim 64 anterozóides haplóides, que são biflagelados.
A união dos gâmetas — oosferas e anterozóides — é externa, sendo a sua expulsão dos conceptáculos feita através do ostíolo, quando a bodelha está submersa.
Os anterozóides, arrastados pela água do mar, nadam até serem atraídos pelas oosferas, que rodeiam imprimindo-lhes com os seus flagelos um rápido movimento de rotação. Geralmente, só um anterozóide penetra na oosfera. Desta fecundação resulta um ovo ou zigoto, diplóide, que, envolvido por uma membrana gelatinosa, se fixa a qualquer suporte no local onde se tenha depositado. Da segmentação do ovo ou zigoto resulta uma nova bodelha.
Na fecundação verifica-se heterogamia não só fisiológica mas também morfológica, pois os gâmetas são diferentes. Tal facto representa, em relação à isogamia, um passo evolutivo. Verifica-se em todas as plantas de organização superior. Apresenta alternância de fases nucleares; a haplófase está reduzida aos gâmetas e a diplófase é constituída pelas outras entidades, que são diplóides — ser diplonte.
Segundo alguns autores (por ex., Strasburger), também a alternância de gerações deve ser considerada na bodelha: a geração esporófita corresponde ao indivíduo adulto; a geração gametófita está representada pelas células que resultam directamente da divisão do oogónio e do anterídio, que deverão ser consideradas esporos, e por todas as que resultam da divisão destas até aos gâmetas, inclusive.
Assim, o oogónio e os anterídios funcionariam, primeiro, como esporângios e, na fase final, como gametângios.
Assim, o oogónio e os anterídios funcionariam, primeiro, como esporângios e, na fase final, como gametângios.
A reprodução sexuada da bodelha é semelhante à dos organismos animais, sendo o indivíduo adulto diplóide e só os gâmetas haplóides.
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