quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Micróbios marcianos sobrevivem nas profundezas da Antárctida

A vida, com a sua prodigiosa habilidade adaptativa e o seu incrível poder de so­brevivência, voltou a dar-nos uma lição. Neste caso, os seus agentes são um conjunto de bacté­rias capazes de proliferar na água gelada, sem luz nem oxigénio, e ali­mentando-se de ferro e enxofre, ou seja, em condições considera­das demasiado hostis para qualquer forma devida.


Tudo se passa na parte frontal do glaciar Taylor nos Vales Secos de
McMurdo, um pe­queno sector da Antárctida que tem a particularidade de estar des­provido de gelo. Trata-se um "dos desertos mais extremos do Mundo. No local, há uma catarata de gelo que adquire um tom vermelho in­tenso, parecido à cor do sangue, cada vez que emana água salgada.
Para além de ser uma das mais sugestivas maravilhas naturais, a região é uma das mais estranhas do Mundo, e alguns cientistas crêem mesmo que no lago que origina a cascata podem existir microrga­nismos extraterrestres adaptados à vida num lugar inóspito e carentes de oxigénio há 1,5 milhões de anos, como indica um estudo publicado na revista Science.

Estas Cascatas de Sangue (Blood Falls, em inglês) é o nome dado a uma escorrência de água salgada colorida por óxido de ferro, que ocorre na extremidade do glaciar Taylor e que dispersa sobre a superfície do lago Bonney, nos Vales Secos da Antárctica. Óxidos de ferro hidratados depositam-se sobre o gelo, após a oxidação dos iões ferrosos presentes na água salgada. Os iões ferrosos estão dissolvidos em água salgada de uma antiga "bolsa" do Oceano Antárctico, formada quando um fiorde foi bloqueado por um glaciar há cerca de 2,5 milhões de anos. Como resultado, desenvolveu-se um raro ecossistema subglacial de bactérias autotróficas que metabolizam os iões férrico e sulfato.

Fonte : Jornal Expresso 2 de Outubro 2010
http://news.sciencemag.org/sciencenow/2009/04/16-02.html

Sem comentários:

Enviar um comentário