O pré-RNAm, ao ser sintetizado, transcreveu a cadeia de DNA, incluindo os seus segmentos codificáveis e os não codificáveis. Por este motivo, o pré-RNAm é constituído por sequências codificáveis (exões) e por sequências não codificáveis (intrões).
Para que não haja interrupção na sequência de aminoácidos codificados, o RNAm tem de ter, na sua totalidade, significado genético. Por esta razão, ocorre o processamento ou maturação do pré-RNAm. Deste modo, enzimas específicas retiram as sequências não codificáveis de pré-RNAm (intrões), deixando apenas as sequências codificáveis (exões). Forma-se assim uma cadeia de RNAm totalmente codificável, ou seja, uma cadeia de RNAm em que cada codão codifica um aminoácido. A totalidade do processo ocorre no núcleo.
Esta visão simplista da maturação do RNA mensageiro foi agora alterada com os trabalhos publicados por dois investigadores da Universidade de Toronto, Canadá.
Dois investigadores da Universidade de Toronto descobriram uma visão radicalmente nova de como as células vivas usam um número limitado de genes para gerar órgãos enormes e complexos como o cérebro.
A equipa de investigação liderada pelos professores Brendan Frey e Benjamin Blencowe descreveu um código oculto no DNA, que explica um dos mistérios centrais da pesquisa genética: como um número limitado de genes humanos pode produzir um número muito maior de mensagens genéticas.
Quando o genoma humano foi completamente sequenciado em 2004, cerca de 20 mil genes foram encontrados. No entanto, descobriu-se que as células vivas usam esses genes para gerar uma fonte muito mais rica e dinâmica de instruções, composta por centenas de milhares de mensagens genética que dirigem as actividades celulares.
Para descobrir como as células vivas produzem essa diversidade nas suas informações genéticas, Frey e seu colega Yoseph Barash desenvolveram um novo método de análise biológica assistida por computador que encontra palavras-código escondidas dentro do genoma que constituem o que é referido como um "código de união". Este código contém as regras biológicas que são utilizadas para governar, como partes separadas de uma mensagem genética copiada de um gene, podem ser emendadas juntas, de diferentes maneiras, para produzir mensagens genéticas distintas (RNA mensageiro).
O “Enigma machine” é um programa informático que consegue descodificar as mensagens dos nossos genes.
"Por exemplo, três genes neurexin podem gerar mais de três mil mensagens genéticas que ajudam a controlar o metabolismo do cérebro", exemplificou Frey.
"Anteriormente, os investigadores não poderiam prever como essas mensagens seriam reorganizadas, ou emendadas, numa célula viva. O código de união que nós descobrimos foi usado, com sucesso, para prever como milhares de informações são reorganizadas de forma diferente em vários tecidos diferentes", acrescentou Frey.
A explicação para este processo interessante de "decifração do código de splicing" pode ser encontrado na revista Science et Vie do mês de Outubro.
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