segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Acção geológica de um rio

Ao longo dos cursos de um rio ocorre um triplo trabalho geológico, que com­preende a erosão, o transporte e a deposição.
 
Erosão  - Este fenómeno é provocado pela remoção de materiais do leito e das margens. A erosão pode resultar da acção hidráulica, isto é, da pres­são que a água em movimento exerce sobre o leito e as margens. A erosão pode também resultar do desgaste mecânico provocado pelos materiais arrastados pela corrente, que chocam com o leito e as margens. Desta forma de erosão podem resultar formas características no leito designadas por marmitas de gigante.
Transporte - Após a sua remoção do leito e das margens, os detritos são transporta­dos. Se forem partículas finas a muito finas são transportadas em solu­ção ou suspensão. Se as partículas são mais grosseiras, então são trans­portadas sobre o leito por saltação, rolamento ou por arrastamento.
Deposição - Consiste na acumulação dos detritos no leito e nas margens de um rio.

Ao longo do curso de um rio realizam-se simultaneamente os três tipos de acção geo­lógica, embora, de uma forma selectiva, predomine um ou outro tipo.
A intensidade de erosão provocada pela carga sólida do rio depende da quantidade de detritos transportados e da sua competência. A quantidade de detritos transportados está relacionada com a velocidade da corrente.

A velocidade da corrente necessária para colocar um determinado detrito em movimento - erosão - é maior do que aquela que é necessária para o manter em movimento - transporte. A competência de um rio diz res­peito à sua capacidade para transportar carga sólida. A competência é avaliada em ter­mos da partícula sólida de diâmetro máximo que pode ser posta em movimento no leito de um rio. No diagrama da figura (diagrama de Hjulström) estão representadas curvas experimentais que tentam explicar a influência da velocidade da corrente e da dimensão dos materiais nos fenómenos de erosão, de transporte e de sedimentação.



É frequente, com base no diagrama de Hjulström, a realização de exercícios sobre as condições em que se verifica erosão, transporte e sedimentação, tendo em conside­ração a velocidade da corrente e a dimensão das partículas.

Alguns dados interessantes que podemos retirar da análise do Diagrama de Hjulström:
1) As partículas mais fáceis de remover são as que  apresentam dimensões compreendidas entre os 0,2 e os 0,3mm, na medida em que basta uma velocidade de cerca de 20cm/s para as deslocar da sua posição de repouso - ver local indicado pela seta.
2) As partículas com dimensões inferiores a 0,01 mm apresentam uma grande força de coesão, pelo que oferecem uma considerável resistência à fricção e, portanto, somente são erodidas para velocidades superiores. Este fenómeno é conhecido pelo efeito Hjulström.

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